Mostrando postagens com marcador CULTURA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CULTURA. Mostrar todas as postagens

História & Cultura: O dia em que Lampião e seu bando chegou a Euclides da Cunha

fevereiro 02, 2017

O bando de Lampião atuou primeiramente e durante muitos anos nos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Após grande cerco e grande perseguição das policias de todos estes estados em conjunto, muito cansado e necessitando de uma parada para restabelecimento e reorganização, em 28 de SETEMBRO de 1928, resolveu atravessar o Rio São Francisco e se internar na Bahia, onde desapareceu na caatinga durante 3 meses, não havendo notícias de qualquer espécie do bando de Lampião durante todo esse período.

No dia 28 de DEZEMBRO de 1928, Ioiô da Professora, filho da professora Erotildes e Zé Dantas, primos, então com 20 anos de idade estavam na esquina do local onde hoje está situado o Hotel Lua, quando viram algo estranho, brilhando de forma intensa sob o sol inclemente do meio dia em ponto; eram cavaleiros montados, que se aproximavam trotando, vindos da atual Rua Major Antonino, no sentido do hotel lua e o brilho notado por Ioiô e Zé Dantas seria identificado mais tarde para espanto dos dois, como libras esterlinas, (moeda inglesa) cravejadas nas armas e nos chapéus dos Cangaceiros precisamente no antigo Cumbe em 28 de DEZEMBRO de 1928. Lampião parou exatamente diante dos dois, disse-lhes que era LAMPIÃO e perguntou a Ioiô da Professora onde era a casa do delegado.

Na época o delegado era Luiz Caldeirão com quem queria conversar e dizer que vinha em paz. Ioiô e Zé Dantas acompanharam Lampião até a casa do delegado Luiz Caldeirão e ouviram toda a conversa. Depois, o delegado encaminhou Lampião à residência colonial do Capitão Dantas na praça da Igreja. Ali, após um almoço que lhe foi preparado, Lampião perguntou a Ioiô da Professora, então com 20 anos, se ele sabia ler e se tinha algum jornal; Ioiô informou que sim, que tinha um jornal que falava do Capitão Virgulino. Lampião pediu que Ioiô fosse buscar o jornal e fizesse a leitura para ele. Ioiô leu o jornal dando as notícias da Capital da Bahia de quê “NÃO SE SABE DO PARADEIRO DE LAMPIÃO” e, “QUE TUDO INDICA QUE LAMPIÃO ESTÁ MORTO”. À medida que Ioiô lia o jornal, LAMPIÃO balançava a cabeça em aprovação e dizia: – “APOIADO” “APOIADO” Na verdade Lampião estava no Cumbe e vivo. Morreu em 1938 na fazenda Angico em Poço Redondo, Sergipe.

Fontes: Hildebrando Siqueira (por depoimento de seu tio Ioiô da Professora e Zé Dantas) Artigo publicado anteriormente no site museudocumbe.com

Via Portal de Notícias.net

Yosh realiza exposição e assina concepção visual de espetáculo na Alemanha

janeiro 20, 2017
Em Salvador, o espetáculo “As 27 horas de Tübingen” será transmitido ao vivo no dia 28 de janeiro, às 20h, no Forte do Barbalho. Na Alemanha, os atores baianos Aicha Marques, Daniel Becker Denovaro, Fabio Vidal e Lulu Pugliese, da Cia Caratapa improvisarão cenas com temas sugeridos pelos soteropolitanos.


O artista plástico, arte-educador, cenógrafo e criador de moda Yosh será responsável pela concepção visual do espetáculo “As 27 horas de Tübingen”, da companhia Harlekin Theater, que acontecerá na cidade deTübingen na Alemanha, no dia 28 de janeiro, com vinte e sete horas de duração. Paralelo ao espetáculo, participará de exposições em galerias de Tübingen expondo seus quadros que deram origem as estamparias inspiradas na fé, na cultura e na ancestralidade baiana e apresentando a nova coleção da marca By Yosh.

O trabalho junto a cia alemã Harlekin trata-se de um projeto inovador que promove o intercambio artístico e cultural de criadores de diversas partes do mundo. O espetáculo será encenado por mais de cinquenta artistas da Alemanha, Portugal, Austrália, Japão e Brasil. Entre os brasileiros, os atores baianos Aicha Marques, Daniel Becker Denovaro, Fabio Vidal e Lulu Pugliese, da Cia Caratapa de teatro e improvisação.

Em Salvador, o público poderá conferir a transmissão ao vivo do espetáculo no evento “Teatro Esporte”, com participação do ator Maurício de Oliveira. Através do telão e do sistema de interatividade que será montado no Galpão Wilson Mello no Forte do Barbalho, no dia 28.01, às 20h, os participantes poderão sugerir temas, títulos e estilos que serão encenados no palco da Alemanha. O evento tem entrada gratuita, sujeita a lotação do espaço.

Fotos -  Israel Fagundes
Assessoria de imprensa – Tati Rabêllo (71) 99155-5310

ACIAI E INOVE PROMOVERAM A MAIOR PREMIAÇÃO DE EMPRESAS E PERSONALIDADES DE TODOS OS TEMPOS! O PRÊMIO DESTAQUES ITIÚBA 2015 FOI UM SUCESSO!

fevereiro 15, 2016

No último dia 13/02 a ACIAI a INOVE promoveu no o maior evento de premiação de empresas, empresários e personalidade em Itiúba! O evento foi um sucesso e premiou aqueles que foram destaques em 2015! veja!


ACIAI E INOVE PROMOVERAM A MAIOR PREMIAÇÃO DE EMPRESAS E PERSONALIDADES DE 2015!

Os Assombros de Itiúba - Depoimento de Helena Isaura de Carvalhal

dezembro 08, 2015
.
1929
.
Nós corremos de Lampião até hoje, em nossos sonhos...

Lampião pintava horrores judiando, amarrando as pessoas em pés de mandacaru, matando. E, antes de matar ainda perguntava:

- Como é que você quer morrer? É deitado, sentado, ajoelhado ou em pé?
Contam os mais velhos, que, certa vez, Lampião pediu dinheiro a um jovem casal. Este se negou a dar. Lampião prendeu o marido na cauda de um cavalo e saiu correndo com o animal. A esposa acompanhou correndo até quando encontrou o bando numa fazenda tomando café. O marido continuava amarrado. Ela pediu tanto que ele soltou o homem dizendo:

- Solta esse diabo que parece que é casado de novo!..
Foi no ano de 27 que nós demos a primeira carreira. Eu tinha catorze anos... 

Vinha a história:

- Vem Lampião! Vem Lampião!
A gente pensava que Lampião vinha. Mas, longe, ele atacou a Fazenda Triunfo. Era um lugarejo. No entanto, o medo era tanto que ninguém pensava em nada. Só em correr para escapar da tirania de Lampião e de seu bando. Aristides, parente nosso, tinha uma fazenda chamada Maravilha.

E, aí, um certo dia, ele mandou um vaqueiro que era procurador fazer um serviço lá na fazenda. E lá Zezinho Ferreira, primo de Júlio Ferreira, o vaqueiro contratador, encontrou Lampião que lhe perguntou:

- Quem é você, que vê Lampião e não muda?

Aí, ele disse:

- O Senhor é homem como eu.
Lampião achou isso uma vantagem, então disse:
- Aqui é a fazenda do capitão Aristides?

Zezinho disse:

- Sim.
Lampião perguntou:

- E ele é muito valente?

- É.

Então, Lampião disse:

- Olhe, vou fazer um bilhete.

E fez. No bilhete ele dizia:

“Aristides, eu sou o Capitão Virgulino, o Lampião.
Escrevo porque sei que você é muito forte e quero ir aí em Itiúba para lhe encontrar.”

Tentou entrar aqui em Itiúba muitas vezes, mas não conseguiu porque só há três saídas e a cidade é cercada por serras...

O Coronel Aristides Simões de Freitas, homem forte, valente, intendente, recebeu o bilhete de Lampião pedindo que mandasse dois contos de réis. E este destemido mandou dizer que ele viesse buscar. Mas Itiúba era prevenida com homens contratados nas trincheiras das três entradas esperando Lampião. Aristides se preveniu. Mandou chamar o povo do Chorroxó. Eles já tinham feito buracos nas imediações do lugarejo, para esperar Lampião. E, atendendo ao chamado do capitão Aristides, o povo de Chorroxó veio. Eram uns onze homens.
Eu me lembro de um que chamava Luiz... E era bonito e forte...

Logo depois, veio esse povo do Virgílio. Aí, Aristides esperou, esperou e ele não veio. Lampião não veio. Só pode ter sido com medo. Nisso, Aristides mandou a resposta do bilhete. Mas, quando o portador lá chegou, ele não estava. Não esperou a resposta de que eles podiam vim. E foram embora. Aristides ficou com esta força de homens armados e com os contratos, guardando a cidade. Tinha uma tropa na estrada de Senhor do Bonfim e outra estação, mas lá muito adiante, quase na fazenda Estado. Só tinham três entradas, e ele, o Lampião, não veio. Fugiu.
.
1931
.
Quando foi em outra época, em meados de 1929, ele quis entrar aqui...

Chegou até a casa da Fulo, na entrada da Calçada de Pedra, por onde ele tinha que passar para entrar aqui. As tropas continuavam a postos e armadas à espera de Lampião e o seu bando. De repente, ouviu-se um trotar. Era um jumento correndo. Nesse alvoroço, os guardas pensaram que era Lampião, e aí soltaram descargas de tiros. Aí todos responderam e fechou Itiúba de tiros... E todas as outras trincheiras começaram a atirar sendo que estavam avisadas, porque pensaram que os jumentos correndo era a tropa de Lampião. E a gente aqui correu para se esconder.

Mamãe sempre corria. Já era morfina. Vivia com as cobertas no corredor. Quando diziam:

- Olha! Lampião, está perto!
A gente ia se esconder na casa de Sinhá Preta. Mas, com medo dos tiros, corríamos para a Serra dos Macacos, pensando que Lampião tinha chegado. E o povo gritava:

- Lampião chegou!

E lá passamos três dias, porque podia ele chegar. Encontramos uma mulher que vinha com o chinelo na cabeça, e perguntamos:

- O que foi?

Ela disse:

- Já mataram Seu Simão, lá do Tatu, e foram para a casa de dona Amélia, do Castanho.

Eram todos tios nossos. Mamãe chega caiu do susto. Lá dormimos na cama feita de casca de feijão, mas tudo ficou em silêncio. No entanto, mamãe não quis descer. Com três dias depois, teve outro alvoroço, outro tiroteio. Aí fomos pela Fazenda Tapera, por dentro do mato. O mato grande não tinha caminho. A gente ficava cansada, mas tinha que continuar para fugir do tirano Virgulino, vulgo Lampião.

Aí, passaram-se poucos dias e Lampião entrou em Bananeiros.

A notícia chegou até aqui pelos telégrafos... Mamãe quase que morre... Estávamos na escola. Nós quase não aprendemos a ler, porque eram só três anos de estudo na escola. Vivíamos fugindo.

O prédio era perto da Estação Ferroviária, local aonde Lampião iria primeiro, para cortar o sino. Porque bater o sino era um dos sinais que avisavam que Lampião estava chegando ou que estava por perto. Fugimos para a casa de Sinhá Preta, onde tinha um caldeirão. Papai dizia:

- Quando tiver tiroteio, vamos nos deitar, todos aqui atrás dessas pedras.
Quando foi um certo dia, no meio da noite, estávamos limpando o tanque da nação e tinha dois bangüês para carregar o barro. Quando nós enxergamos Vovó Iaiá Bebé com os bangüês todos melados de barro. Ela não caminhava. Não era pela idade que ela tinha, mais ou menos oitenta anos. Era porque ela sofria de asma e era murfina. Ficou tropa.

Aí, Aristides colocou ela dentro do bangüê e mandou entregá-la a papai. Aí foi quando teve outro tiroteio e avisaram que Lampião já estava na casa de Dona Fulo...

E teve este tiroteio.

Nós, então, fomos para a Serra dos Macacos e deixamos vovó na casa de Sinhá Preta, que morava ali perto da Fazenda Umbuzeiro. Foi cômica essa história. Correu todo mundo. Só dois homens não correram, o Pai do Nino Pires e Acelino. Para piorar a situação, nessa noite papai não estava em casa. Tinha ido visitar um compadre e mamãe disse:

- Como é que a gente corre?

Eu só sei que corremos. Corremos nos capinzais adentro. Que fuga louca. Ali era verdadeira luta pela sobrevivência...

Eu sei de tanta coisa...

Uma delas é que meu avô materno contava que Lampião dormiu em sua fazenda, onde foi recebido com maior respeito... O rei do Cangaço abriu as cercas da roça de meu avô e colocou os animais para comer toda plantação. No dia seguinte o cangaceiro deu dinheiro para que fizesse uma nova plantação.

Lampião pernoitou na casa de meu pai, e, na hora da janta, tirou uma colher de prata que trazia. Antes de comer colocou a colher na comida para ver se não estava envenenada. Caso a colher ficasse preta era porque havia veneno. Ele tinha vontade entrar na cidade, mas o mesmo temia o Coronel Aristides Simões, que também era conhecido pela sua valentia. Aristides e a população estavam sempre armados à espera do cangaceiro do Nordeste. O Rei do Cangaço estava furioso porque queria roubar o cofre o senhor Belarmino Pinto de Azeredo, que foi o primeiro prefeito de Itiúba, e saquear a feira livre.

Lampião e seu bando chegaram na casa de uma senhora conhecida como Fulô, na zona rural de Itiúba, ameaçando entrar na cidade. Ela disse a Lampião:

- Coronel Lampião, não vá não! Eu sou amiga para lhe dizer que lá tem forças fortes, soldados e homens contratados nas trincheiras.

Desistindo da investida, seguiu para Queimadas. Cortou os fios da estrada de ferro para que ninguém mandasse telegramas avisando que estava chegando. Já em Queimadas foi para o quartel, onde prendeu o sargento e os soldados. Passou a noite dançando. Ao amanhecer o dia, seguiu novamente para o quartel e matou sete soldados, sendo um filho de Itiúba...

E assim seguiram viagem para Santa Rosa...

FONTE:

SILVA FILHO, Rubens Antonio da. “Os Assombros de Itiúba - Depoimento de Helena Isaura de Carvalhal”, in: “Cangaço na Bahia” site: cangaconabahia.blogspot.com acessado em 08 de dez de 2015.

Escritor Itiubense lançará o livro - CONTOS e CAUSOS - na Academia de Letras em Salvador

setembro 09, 2015

O escritor itiubense Ricardo Benevides estará publicando em Salvador o seu sexto livro, cujo título é "Contos e Causos. O lançamento do novo livro será no dia 25 de setembro, na Academia de Letras as 20 horas.


Fonte: EDMILSON ALVES - Radialista DRT 5363/BA


recentposts
randomposts